O Óleo certo para seu carro
             Quer saber mais sobre mecânica, serviços, dicas de             manutenção, cuidados ao dirigir e outros assuntos sobre             carros? O G1 abre espaço para o internauta tirar suas             dúvidas sobre automóveis. O jornalista Ricardo Lopes da             Fonseca, que estuda sobre mecânica há mais de duas décadas e             já se aventurou como piloto participando até do Rali             Paris-Dakar, vai escrever sobre o assunto e responder às             perguntas dos internautas. O tema de abertura é óleo do             motor. Qual o tipo de óleo ideal para usar no seu carro?             Como e quando efetuar a troca do lubrificante?
         
A principal dúvida sobre óleo para motores é uma só: que tipo de         óleo usar no meu carro? A resposta é bem simples: o que estiver         indicado no manual do proprietário. Mas, acalme-se, a idéia aqui         não é comentar o óbvio, mas sim abrir seus olhos para esse         importante assunto na manutenção do seu veículo.
    Antes, porém, vamos detalhar a função do         lubrificante. Sua tarefa é evitar o atrito entre as peças móveis         dentro do motor e assegurar o bom funcionamento. Esse fluido         deve manter suas características de lubrificação sob as mais         diversas condições, sejam climáticas ou formas de uso. Com o         passar do tempo, o óleo do motor tende a perder sua viscosidade         - característica principal no lubrificante -, encarregada de         fazer com que o óleo permaneça por mais tempo revestindo as         peças que estão em contato dentro do motor. Perdendo a         viscosidade, o atrito poderá comprometer o funcionamento do         motor e deste modo a vida útil, além de reduzir o desempenho e         aumentar o consumo.
    Muitas pessoas têm o hábito de só completar o óleo         quando este está abaixo do limite, sendo que o mais adequado é         fazer a troca completa do lubrificante. Esse erro pode custar         caro. Se não for substituído, o óleo fica mais sujo que o         normal, já que além de lubrificar ele também tem a função de         eliminar determinados resíduos da combustão – queima do         combustível - e isso compromete a viscosidade.
    Mas o que fazer para o óleo não perder a         viscosidade? O correto é fazer as trocas dentro dos limites de         quilometragem estabelecidos para cada tipo de óleo.
Para saber qual é o lubrificante correto para seu veículo consulte o "Manual do Proprietário" na seção referente a manutenção. É simples e rápido. Lembre-se de observar os dados referentes a viscosidade (SAE) e ao desempenho (API) e grave esses números. Outra possibilidade é conferir as tabelas de recomendação disponíveis nos postos de serviço. Conheça os tipos de óleo:
Óleo mineral multiviscoso - O mineral multiviscoso é o mais comum no mercado. Esse tipo de óleo é adequado para qualquer motor, sendo ele de qualquer cilindrada ou combustível. Sua principal característica é adaptar a viscosidade de acordo com a temperatura de funcionamento do motor.
Vamos tomar como exemplo o 15W40. O primeiro número indica a         viscosidade do óleo em uma temperatura baixa, como na hora da         partida, e o segundo indica a viscosidade à temperatura         operacional. Quanto menor o primeiro número, mais fino é o óleo         e quanto maior o segundo, mais grosso. O cuidado necessário é         efetuar as trocas antes de atingir o limite de quilometragem,         nesse tipo de óleo recomendada a cada 5 mil quilômetros. Caso         passe despercebido, com o tempo provoca alto índice de         carbonização interna do motor que, a partir de então, fica         sujeito a falhas e quebras.
    Óleo semi-sintético - O semi-sintético é o óleo         que mistura a base sintética com a mineral. Esse tipo é         recomendado para motores mais potentes que trabalham em altas         rotações. Mas, nada impede seu uso em motores menos potentes.         Provoca menos carbonização interna e contribui para amenizar o         atrito entre as peças internas do motor, principalmente durante         a partida, quando a maior parte do óleo encontra-se em repouso         no cárter – reservatório do óleo. Ele também é do tipo         multiviscoso. A troca é recomendada pela maioria dos fabricantes         a cada 10 mil quilômetros, mas convém efetuá-la antes disso, por         volta dos 8 mil.
    Óleo sintético - Os sintéticos são os mais         elaborados e caros e prometem manter a viscosidade constante,         independentemente da temperatura de funcionamento do motor. Com         essa característica a tendência é não carbonizar o motor. São         indicados para os modelos esportivos que trabalham em regimes         mais severos. A troca é recomendada a cada 20 mil quilômetros,         mas é bom ficar sempre atento ao nível.
     
O mais importante de tudo é usar um único tipo de óleo e, de preferência, da mesma marca. Em princípio, os óleos automotivos são compatíveis entre si, sendo até possível misturar marcas diferentes. Porém é preciso tomar o devido cuidado de usar produtos de um mesmo nível de desempenho (API) - sigla em inglês de Instituto Americano do Petróleo, uma classificação de duas letras que informa o tipo de motor para o qual o óleo se destina (gasolina ou diesel) e o nível de qualidade.
Também não se esquecer do mesmo índice de viscosidade (SAE) - sigla em inglês para Sociedade de Engenharia Automotiva, que classifica os lubrificantes automotivos em faixas de viscosidade. No entanto, a melhor alternativa ainda é evitar esse procedimento. Uma observação importante é nunca misturar óleo mineral com óleo sintético. O tempo de troca também varia de modelo para modelo.
É comum entre os motoristas pedir para checar o nível em postos de gasolina durante o abastecimento. O procedimento é correto, mas, geralmente, os atendentes não perguntam qual a marca e o tipo de óleo que você prefere ou mesmo o que já está no reservatório do motor. Eles medem o nível e, se estiver baixo, completam com o óleo que tiverem no estoque.
É por isso que as montadoras aconselham os proprietários a trocar ou completar o óleo em concessionária autorizada. Cada marca tem sua recomendação específica, mas nada que, se você tomar toda a cautela, não seja possível de realizar em postos de serviço.
Com o uso do carro, o nível do óleo baixa um pouco devido às folgas do motor e à queima parcial na câmara de combustão. Assim, enquanto não chega a hora de trocar o óleo, devemos ir completando o nível. Motores com mais de 100 mil quilômetros rodados têm mais folga em determinados componentes internos que os veículos novos e, portanto, tendem a baixar mais o nível de óleo no cárter. É bom lembrar que mesmo o motor novo também tem certo consumo de óleo, assim o acompanhamento do nível se faz necessário para qualquer carro, independente do tipo de combustível utilizado e tempo de uso.


 
              
             

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